Cracolândia. Até quando?
Já pensou se por qualquer motivo alguém da sua família ou do seu círculo de amizade tornar-se usuário e dependente das drogas? Imagine perambular nas “cracolândias”, sofrendo, correndo os riscos de vida que esta situação de rua impõe ou tendo atitudes agressivas, em razão da perda da razão, para conseguir, por exemplo, uma pedra de crack?
Este é o tipo de reflexão que o Sindicato dos Padeiros de São Paulo propõe para a sociedade. Não podemos continuar com julgamentos rasos e moralistas, achando que as “cracolândias” são simplesmente casos para a polícia reprimir.
Nem podemos continuar indiferentes a esta tragédia humana, fingindo não ver o que estamos vendo. É preciso boa vontade, empatia, humanidade e políticas públicas eficazes para reduzir os danos sofridos por estas pessoas que, vale lembrar, são de todas as classes sociais e diferentes níveis de formação.
O que fazer?
A UGT e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, juntamente com o Sindicato dos Padeiros de São Paulo e o presidente da entidade, Chiquinho Pereira, Padeiros, lançaram uma ação coletiva que tem reunido entidades sindicais, lojistas do centro da capital e ativistas humanitários para debater e encontrar caminhos para resolvermos os graves problemas sociais, urbanos, de segurança e de saúde que o vício em crack e outras drogas têm causado às pessoas há muitos anos. Já ocorreram recentemente manifestações nas ruas centrais de São Paulo para chamar a atenção da sociedade, mas isto é muito pouco!
O desafio é, a partir de audiências com o presidente da República, o governador de SP, o prefeito da capital e as demais autoridades políticas do País, conseguir que os poderes Federal, Estadual e Municipal tomem providências e invistam forte em políticas públicas, com apoio da sociedade, dos empresários e dos lojistas, para resgatar esta população dependente e abandonada, garantindo a ela acolhimento e encaminhamento humanizado, saúde, higiene, alimentação adequada, água, trabalho decente, renda, moradia e retorno a uma vida digna.
Tratamento humanizado
Devido ao passado de crueldades e mercantilismo dos manicômios, a “internação obrigatória” é proibida no Brasil. Não queremos isto de volta, mas consideramos a internação essencial, sem violência, de forma humanizada e estruturada com dignidade, equipes médicas, agentes de saúde, psicólogos, assistentes sociais e profissionais da segurança pública capacitados para este tipo de ação de acolhimento.
Buscar exemplos que deram certo em outros países também é fundamental. Vale destacar que a nossa luta vai além da “cracolândia”.
Ela envolve também a realidade das pessoas em situação de rua, em trabalhos análogos à escravidão, em condições degradantes de exploração de sua mão de obra.
Sindicato dos Padeiros de São Paulo
Telefone: (11) 3116-7272
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